sábado, 28 de abril de 2012


A imunologia



A imunologia é o estudo das respostas do organismo que fornecem imunidade, ou seja, proteção às doenças. Ainda que o sistema imune seja muito complexo, certos componentes do sistema imune são facilmente detectados, como por exemplo os anticorpos.


O sistema imunológico baseia-se nas relações Antígeno-Anticorpo.

Antígenos ( Ag ) -Substância estranha que induz uma resposta imune por causar uma produção de anticorpos e ou linfócitos sensibilizados que reagem especificamente com a substância; imunógeno.

Anticorpo (Ac) - Proteína do soro que foi induzida por e reage específicamente a uma substância estranha (antígeno); imunoglobulina.

O sistema imune fornece mecanismos de defesas específicas contra uma variedade de substâncias estranhas ao nosso corpo chamadas de antígenos. Estes antígenos podem ser vírus, células (como células sangüíneas, células de bactérias e células de fungos) ou moléculas de proteínas. O sistema imune é uma organização complexa de tecidos, células, produtos de células e mediadores químicos bológicamente ativos e todos interagem para produzir a resposta imune.

A resposta imune reconhece e relembra diferentes antígenos. A imunidade específica é caracterizada por três propriedades:

1. Reconhecimento

2. Especificidade
 

3. Memória

O reconhecimento refere-se à habilidade do sistema imune de reconhecer diferenças em um número muito grande de antígenos e distingui-los.

A especificidade refere-se à habilidade de dirigir uma resposta a um antígeno específico.
Memória é a referência à habilidade do sistema imune de lembrar de um antígeno muito tempo depois de um contato inicial.

Os principais tecidos e órgãos do sistema imune são:
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Linfócitos - são as principais células responsáveis pela resposta imune: linfócitos T (vírus, fungos e tumores) e linfócitos B (bactérias e toxinas).

Órgãos linfóides primários - Timo e Medula óssea.

Órgãos e tecidos linfóides secundários - Nódulos linfáticos, Baço, tecidos linfóides associados ao intestino, Apêndice, Amígdalas, Placas de Peyer e tecidos linfóides associados aos brônquios.
Imunoglobulinas (Ig)

As imunoglobulinas (Ig) são proteínas produzidas por células plasmáticas e secretadas no organismo em resposta à exposição ao antígeno. Elas se classificam em:

IgA - é a imunoglobulina predominante nas lágrimas, saliva, leite materno, secreções respiratórias e trato gastrointestinal. Fornece proteção contra organismos que invadem estas áreas.

IgG - è a classe em maior concentração no organismo. É também chamada de gama globulina. Fornece imunidade a longo prazo. É a única que atravessa a Placenta e fornece ao recém nascido a imunidade que vai durar vários meses.

IgM - É a Segunda mais abundante. É a primeira produzida em resposta a um antígeno, mas não fornece imunidade a longo prazo.

IgE - está envolvida nas reações alérgicas e nas infe
cções parasitárias.
 


Sistema imune: nosso exército de defesa

Natalia Cuminale
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde lançou um alerta, advertindo para o risco de uma segunda onda de gripe A pelo mundo. Na visão da OMS, o vírus H1N1 poderia se alastrar desta vez a partir da Europa, devido à proximidade do inverno.
A preocupação, nessa situação, é dificultar a entrada do vírus no corpo ou aumentar o poder de combate do organismo ao agente invasor, uma vez que a doença costuma encontrar terreno fértil entre os portadores de doenças pré-existentes ou entre aqueles cuja saúde está de alguma forma debilitada. É aí que entra em cena a discussão acerca do sistema imunológico, ou seja, as defesas do organismo às agressões microscópicas.
Quando uma pessoa se sente cansada e contrai doenças ou infecções com certa frequência, o diagnóstico popular, proferido até por quem é leigo, é simples e direto: a imunidade está baixa. Mas, afinal, o que faz o sistema imunológico? Será que ele é mesmo capaz de evitar aqueles problemas? "Ele funciona como um exército, que utiliza diversas armas para combater um determinado microorganismo", explica Beatriz Carvalho, imunologista e chefe da disciplina alergia, imunologia clínica e reumatologia pediátrica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A especialista esclarece que um vírus, por exemplo, ao entrar em contato com o organismo, é reconhecido pelo sistema inato, que é a nossa primeira linha de defesa e responsável por resolver a maioria das infecções contraídas. Caso o vírus não seja eliminado em poucas horas, o organismo recruta a imunidade adaptativa, que é mais elaborada e específica. Nela, aparecem os linfócitos B, que produzem anticorpos para combater os vírus, e os linfócitos T, que são capazes de detectar e matar as células infectadas. Confira o funcionamento dos mecanismos de defesa no quadro a seguir:

A batalha das células

Dois sistemas de defesa atuam na proteção e erradicação de ameaças microscópicas

Sistema imune inato: formado por células que não precisam ter mantido contato anterior com o microorganismo invasor para combatê-loSistema imune adaptativo: formado por células que só reconhecem o microorganismo invasor caso tenham mantido contato anterior com ele (é o caso das vacinas)
ProteçãoProteção
Células do sistema imunológico liberam a proteína interferon, que não permite que o vírus invasor se multiplique, protegendo o organismo contra infecçõesCélulas dos glóbulos brancos que produzem anticorpos identificam o vírus ou a bactéria e neutralizam esses microorganismos com uma espécie de "capa"
ErradicaçãoErradicação
As células NK (natural killers, ou "exterminadoras naturais"), produzidas pela medula óssea, identificam outras células infectadas e liberam substâncias que as destroemLinfócito T, células dos glóbulos brancos que detectam outras células infectadas, liberam proteínas para destruir as contaminadas. Após o processo, as células mortas são recolhidas
Fonte: Beatriz Carvalho, imunologista e chefe da disciplina Alergia, Imunologia Clínica e Reumatologia pediátrica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Sintomas como febre, diarreia, aumento no tamanho dos gânglios, tosse e espirro, entre outros, mostram que o sistema imune está reagindo contra algum mal. São mecanismos de defesa. "Se você come um alimento estragado, por exemplo, você tem uma reação inflamatória dentro do intestino: ele reage com uma diarréia para eliminar o mais rápido possível aquela coisa ruim", explica a imunologista.
Entre as razões para o enfraquecimento do sistema imunológico, estão os problemas congênitos, desnutrição grave, stress, noites mal dormidas, má alimentação, exercícios físicos em excesso e uso de drogas imunossupressoras. Pessoas que lutam contra o câncer e portadoras do vírus HIV também podem ser vítimas. "É importante se alimentar direito, já que muitas células precisam de nutrientes como zinco e vitaminas para terem um bom desenvolvimento", diz.
Para pessoas sadias, as recomendações são básicas: manter uma alimentação saudável, dormir ao menos oito horas por noite e praticar exercícios físicos. "Todas as coisas que fazem bem para o corpo fazem bem para o sistema imune", sintetiza Luiz Vicente Rizzo, imunologista e diretor-superintendente do Instituto Israelita de Pesquisa Albert Einstein.