segunda-feira, 9 de julho de 2012

Genética - Mosquitos transgênicos


Mosquitos transgênicos polêmicos serão soltos no ambiente

Aedes Aegypti (EFE
O Brasil dará início à produção em larga escala de um mosquito transgênico que será solto na natureza, visando o combate à dengue.
A fábrica que irá produzir em larga escala o vetor foi inaugurada pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Juazeiro, na Bahia.
O Ministro afirmou que o governo federal aposta na iniciativa, inédita no mundo - a Moscamed, a fábrica especializada na produção de insetos transgênicos para controle biológico de pragas, é uma empresa pública.
"Nós incentivamos o desenvolvimento deste projeto e vamos monitorar de perto, pois promete ser uma alternativa efetiva de controle da principal epidemia urbana do país", afirmou o ministro.
Animais transgênicos
Por outro lado, recentemente cientistas emitiram uma alerta sobre a falta geral de informações científicas precisas que possam ser disponibilizadas para a sociedade antes da liberação desses animais geneticamente modificados.
Ao contrário da adoção das plantas transgênicas, que, de uma forma de outra, foi discutida com a sociedade, os animais transgênicos estão sendo soltos na natureza sem qualquer discussão aberta a respeito.
Veja mais detalhes na reportagem:
Os pernilongos transgênicos são tidos como estéreis.
Contudo, os estudos científicos que embasam o desenvolvimento dos animais transgênicos afirmam que eles são "machos parcialmente estéreis", e não "machos estéreis", como se apregoa ao falar ao público.
E não se sabe o que pode acontecer quando as filhas desses machos não-estéreis picarem o ser humano.
Cobaias humanas
Com 720 m2 de área, a "fábrica" de mosquitos transgênicos vai produzir em larga escala machos do Aedes Aegypt geneticamente modificados.
Sua capacidade máxima de produção é 4 milhões de machos do Aedes Aegyptestéreis.
Estes mosquitos, liberados no ambiente em quantidade duas vezes maior do que os mosquitos não-estéreis, vão atrair as fêmeas para cópula, mas sua prole não será capaz de atingir a fase adulta, o que deve reduzir a população de Aedes a tal nível que controle a transmissão da dengue.
A população do município baiano de Jacobina, com 79 mil habitantes, será usada como cobaia do experimento - o município apresentou 1.647 casos de dengue e dois óbitos pela doença só neste primeiro semestre de 2012.
De fato, conforme alega o governo, a ação é inédita mundialmente: nenhum outro país emitiu autorização para experimentos desse tipo diretamente com a população, e sem estudos do impacto biológico dos animais transgênicos.
A chamada "fábrica de mosquitos" custou R$ 1,7 milhão e foi financiada pelo Governo do estado da Bahia, com apoio do Ministério da Saúde.
Segundo esse ministério, os mosquitos criados nessas instalações recebem injeções de diferentes vírus, que acabam sendo transmitidos no momento da reprodução e, por isso,conseguem matar as larvas antes mesmo de seu nascimento.
A experiência já foi testada com sucesso na pequena cidade de Juazeiro, no interior do estado daBahia, onde o número de mosquitos aedes aegypti foi reduzido 90% em seis meses, de acordo com os cálculos apresentados pelas autoridades.
O laboratório inaugurado hoje terá capacidade para criar quatro milhões de mosquitos por ano. Para comprovar o real impacto deste experimento, apoiado em técnicas já comprovadas por cientistas ingleses, os mosquitos modificados geneticamente serão libertados em uma cidade de médias dimensões.

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